PREFÁCIO - ENSAIOS SOBRE O RECONHECIMENTO
A obra "Fenomenologia do espírito" de Hegel traça o percurso da consciência
ao Saber Absoluto. Saindo do estado de ignorância, o indivíduo alcança o saber
que, em última análise, é a compreensão científica do espírito. No prefácio da
obra, Hegel (2008, p. 38) diz que “o saber só é efetivo – e só pode ser exposto –
como ciência ou como sistema”. Segundo Inwood (1997), o capítulo da
consciência não está localizado numa época histórica específica. Já a consciênciade-si vai desde a pré-história (a luta por reconhecimento) até a Grécia e Roma
(estoicismo e ceticismo) e o cristianismo medieval (consciência infeliz).
A consciência-de-si inicia se mostrando através do desejo, do apetite. Ela
possui a tendência de se apropriar das coisas, fazendo tudo depender de si.
Busca o outro para poder ser e acaba por destruí-lo como outro. O objeto do
desejo é a vida, porque ela é a estrutura homóloga à da consciência-de-si, pois a
vida é a reflexão do ser sobre si. Hegel define a vida, dizendo que a sua
essência é a infinitude, como o Ser-suprassumido de todas as diferenças, o
puro movimento de rotação, a quietude de si mesma como infinitude
absolutamente inquieta, a independência mesma em que se dissolvem as
diferenças do movimento; a essência simples do tempo, que tem, nessa
igualdade-consigo-mesma, a figura sólida do espaço (2008, p. 137).
Texto completo:
https://www.ucs.br/site/midia/arquivos/ebook-ensaios-sobre.pdf