terça-feira, 9 de maio de 2017

AGOSTINHO DE HIPONA E TOMÁS DE AQUINO:
VISÕES DE ÉTICA, DIREITO E POLÍTICA MEDIEVAL
  
INTRODUÇÃO

O presente estudo fundamenta-se no pensamento ético e político de dois importantes pensadores medievais, a saber, Agostinho de Hipona e Tomás de Aquino. A escolha destes pensadores não quer colocá-los em oposição, nem contrapor suas teorias. Nessa perspectiva, não nos deteremos na análise, estrito senso, das suas divergências e convergências teóricas. Por outro lado, da mesma maneira, não pretendemos verificar os pontos de influência de um em outro, no caso do primeiro no segundo, entrementes, pretendemos apresentar as suas conjecturas.
Antes disso, nos restringiremos em abordar o pensamento ético do hiponense e o pensamento político do aquinate. Nesta abordagem, trataremos da ética agostiniana como sendo um pensamento ético que tem em vista a felicidade ultraterrena, isto é, a beatitude. Esta só conseguimos alcançar – após a morte, na vida futura – se vivermos virtuosamente nesta vida, uma vez que consiste na contemplação do próprio Deus, fonte de toda a felicidade.
A política tomasiana, da mesma maneia, tem como fim último a contemplatio facis Deo, id est, a beatitude. Contudo, para o Aquinate, a política não possui somente um fim último, todavia possui um fim próximo que é, a saber, o bem comum. Destarte, para alcançarmos o fim último temos que buscar, nesta vida, o bem comum. Isto é, tratar de política é tratar das relações do “outro” com o “eu”, e do “eu” com o “outro”. Sendo assim, não há vida política entre os seres que não estabelecem relações. Donde, para Santo Tomás, a vida política do cidadão na Civitas é fruto das relações, na medida do possível, equidistantes que buscam suprir falhas e necessidades.


Texto completo em (cap. 13):