Introdução
O direito de propriedade na sociedade atual enfrenta uma profunda
crise. Essa crise deve-se ao fato de que, ao eclodir a Revolução Francesa,
foram resgatados os paradigmas de direito romano, para que fossem
substituídas as normas que regiam as comunidades do sistema feudal.
Acontece que, no direito romano, acerca do direito de propriedade, o homem proprietário
tinha o direito sobre a coisa de usar, fruir, abusar e até destruir
se lhe agradasse. Quanto a esse direito, que foi recepcionado pelos europeus
do séc. XVIII, seus pressupostos continuam persistindo nas nações
contemporâneas.
É o que acontece com o direito de propriedade. Para os romanos, o
proprietário era senhor absoluto de seus bens, podendo usar meios para
coibir a intromissão de estranhos no âmbito privado. Tal visão tem
sobrevivido até nossos dias. A exemplo disso, a lei civil brasileira de 1916
facultava ao proprietário, que tivesse sua propriedade violada, a utilização de
qualquer meio necessário a afastar e coibir a intromissão. O problema é que
esse paradigma não é mais suficiente para a sociedade globalizada. Valendo-se
da tese de T. Malthus, de que a população cresce em proporções
geométricas e os recursos de subsistência em proporções aritméticas, deve-se
criar um novo paradigma para que a sociedade possa dar soluções aos
problemas atuais e futuros. O presente artigo procura, em linhas gerais, apresentar, em primeiro
lugar, um panorama acerca da história do direito de propriedade,
especialmente a partir do pensamento de Locke; em seguida, fará uma
análise da história desse instituto acerca do materialismo histórico de Marx e
Engels; após, investiga o conceito de alienação na teoria do jovem Marx, na
obra Manuscritos de Paris; e, por último, trata do direito de propriedade, a
partir da concepção pós-moderna, ou seja, seguindo uma linha de raciocínio
que parte da visão de Marx para analisar a situação atual acerca da
propriedade e acumulação de capital.
Artigo completo:
http://www.ucs.br/site/midia/arquivos/ebook-direito-socioambiental.pdf