AGOSTINHO
DE HIPONA E TOMÁS DE AQUINO:
VISÕES DE ÉTICA, DIREITO E POLÍTICA
MEDIEVAL
INTRODUÇÃO
O presente estudo
fundamenta-se no pensamento ético e político de dois importantes pensadores
medievais, a saber, Agostinho de Hipona e Tomás de Aquino. A escolha destes
pensadores não quer colocá-los em oposição, nem contrapor suas teorias. Nessa
perspectiva, não nos deteremos na análise, estrito senso, das suas divergências
e convergências teóricas. Por outro lado, da mesma maneira, não pretendemos
verificar os pontos de influência de um em outro, no caso do primeiro no
segundo, entrementes, pretendemos apresentar as suas conjecturas.
Antes disso, nos
restringiremos em abordar o pensamento ético do hiponense e o pensamento
político do aquinate. Nesta abordagem, trataremos da ética agostiniana como
sendo um pensamento ético que tem em vista a felicidade ultraterrena, isto é, a
beatitude. Esta só conseguimos alcançar – após a morte, na vida futura – se
vivermos virtuosamente nesta vida, uma vez que consiste na contemplação do
próprio Deus, fonte de toda a felicidade.
A política tomasiana,
da mesma maneia, tem como fim último a contemplatio
facis Deo, id est, a beatitude. Contudo, para o Aquinate, a política não
possui somente um fim último, todavia possui um fim próximo que é, a saber, o
bem comum. Destarte, para alcançarmos o fim último temos que buscar, nesta
vida, o bem comum. Isto é, tratar de política é tratar das relações do “outro”
com o “eu”, e do “eu” com o “outro”. Sendo assim, não há vida política entre os
seres que não estabelecem relações. Donde, para Santo Tomás, a vida política do
cidadão na Civitas é fruto das
relações, na medida do possível, equidistantes que buscam suprir falhas e
necessidades.
Texto completo em (cap. 13):